Qual inseto tem aqui?
Caixa entomológica e texto Giovana Mamani, Otávio Fernandes e Thayna Raymundo.
Editoração: Douglas da Silva Ferreira, Maisa de Carvalho Gonçalves e Marcela Miranda de Lima
Os insetos compõem o grupo mais diverso entre as formas de vida na Terra. Aproximadamente 75% das espécies conhecidas no mundo são insetos e eles ocupam todos os lugares do planeta, desde ambientes terrestres a aquáticos, de florestas tropicais a desertos, de montanhas a planícies costeiras.
Existem diversas suposições para explicar a grande diversidade e abundância desses bichos. Uma delas seria as vantagens por ter um pequeno tamanho, como por exemplo: menor demanda de energia e maior rapidez nos ciclos de vida; podem esconder-se de predadores facilmente em microhabitats; conseguem ocupar um número maior de habitats se comparado com animais de grande porte; utilizam luz solar para se aquecerem e possuem um sistema muscular super eficiente. Assim, esses pequenos seres adotaram uma variedade de hábitos alimentares (fitófagos, carnívoros, saprófagos, parasitas) e também de formas de vida.
Existem atualmente mais de 1 milhão de espécies conhecidas no mundo, no Brasil ocorrem cerca de 100 mil delas, ou seja, somente o nosso país detém mais de 10% da diversidade mundial de insetos. Apesar desses números serem altos, existem poucos estudos sobre muitos grupos de insetos. Estima-se que apenas 20% das espécies são conhecidas e isso se deve a diversos fatores; um deles é a negligência e o desinteresse sobre o estudo de insetos muito pequenos, como os presentes na caixa temática intitulada: “Qual inseto tem aqui?”.
Nesta caixa estão presentes insetos das cinco ordens com o maior número de espécies: Coleoptera, Lepidoptera, Diptera, Hymenoptera e Hemiptera; juntas elas representam mais de 90% de todos os indivíduos reconhecidos pelos cientistas. Com isso, o objetivo dessa caixa temática foi mostrar um pouco da diversidade desses pequenos animais que, apesar de não vermos muito devido ao seu pequeno tamanho, estão presentes no nosso dia a dia. Além disso, curiosidades e informações sobre essas ordens são trazidas para o leitor.
Existem alguns estudos afirmando que sem os insetos a espécie humana não sobreviveria por um mês, devido a diversos papéis importantes desempenhados por eles no ecossistema. Uma das funções vitais é a polinização, sem ela muitas espécies de plantas não conseguiriam se reproduzir. Os polinizadores mais conhecidos são as abelhas (ordem Hymenoptera), responsáveis por polinizar os cultivos que nos alimentam.
Outra função importantíssima é o consumo e consequente ciclagem de matéria orgânica morta. Muitos besouros (ordem Coleoptera) se alimentam de animais e plantas mortos, e excrementos, contribuindo para a decomposição e transformação da matéria morta em substâncias mais simples, que fertilizam os solos e servem de alimento para as plantas.
Muito comuns no nosso dia a dia, as moscas e mosquitos (ordem Diptera) apesar do seu tamanho diminuto, são transmissores de diversas doenças, como a dengue, malária e leishmaniose. Essas doenças matam milhares de pessoas a cada ano, principalmente no verão. Além das doenças, outros insetos desse grupo como a mosca das frutas causam danos a culturas de frutas por todo o país, somando milhões de reais em prejuízo na agricultura.
As mariposas e borboletas (ordem Lepidoptera) apresentam em seu ciclo de vida uma fase larval que conhecemos como lagartas, esses insetos se alimentam de folhas de uma grande variedade de plantas, destruindo folhas, flores, brotos e frutos, causando danos e prejuízos econômicos a diversas plantações. Além disso, devido a sua estreita relação com seus hospedeiros, os lepidópteros são considerados bons indicadores ambientais, permitindo conhecer o estado de conservação dos ecossistemas.
Por fim, as cigarras, percevejos e barbeiros, os integrantes mais conhecidos da ordem Hemiptera, também têm importância econômica, pois alguns percevejos são pragas da soja, milho, frutas cítricas e outras dezenas de culturas. A doença de Chagas é causada por um protozoário transmitido pelo barbeiro devido ao hábito do inseto de defecar no local ferida por onde ele se alimentou.
Agora que você já sabe um pouco mais sobre esses bichos tão legais e interessantes, venha descobrir “Qual inseto tem aqui?” e se divertir tentando ver insetos tão pequenos!