Mitos populares sobre os insetos

Caixa entomológica e texto: Eduardo Costantin, Keminy Bautz e Sofia Oliveira.

Editoração: Douglas da Silva FerreiraMaisa de Carvalho Gonçalves e Marcela Miranda de Lima

Jequitiranaboia (Hemiptera, Fulgoridae)

Jequiriranaboia – Foto: Pavel Kirillov (CC BY-SA 2.0)

Mito

Na Amazônia, acredita-se que este inseto produz um veneno mortal para homens e animais. Sendo capaz, inclusive, de ressecar árvores das quais se alimenta.

Verdade

A Jequitiranaboia se alimenta da seiva de plantas e do néctar das frutas, sendo inofensiva aos humanos e aos animais. As lendas sobre este inseto são baseadas em sua morfologia, que lembra a de um jacaré ou uma cobra.

Borboletas e mariposas (Lepidoptera)

Mariposa – Foto: Arqueos Weiss (CC BY 2.0)

Mito

As mariposas e borboletas liberam um “pó” do seu corpo que pode causar cegueira quando em contato com os olhos.

Verdade

A asa das mariposas e borboletas são cobertas por milhares de escamas microscópicas. Estas minúsculas escamas são cortantes para tecidos mais frágeis e delicados, como os olhos por exemplo. Mas é praticamente impossível que cheguem a cegar, sendo o comum causarem alergias e irritações.

Louva-a-Deus (Mantodea)

Louva-a-Deus – Foto: Brahim Said (Pixabay)

Mito

Acredita-se que o louva-a-deus é um animal sagrado, que “reza” como os seres humanos.

Verdade

A posição de “oração” do louva-a-deus nada mais é do que sua posição de repouso/caça. Suas pernas anteriores servem para capturar o seu alimento, ela está repleta de espinhos que ajudam a segurar a presa enquanto ela é devorada.


As fêmeas do louva-a-deus sempre se alimenta de seus parceiros depois da cópula.

Isto ocorre em situações específicas, nas quais as fêmeas provavelmente estão em condições de stress ou com deficiência de algum nutriente. Na natureza esta é uma situação relativamente rara, pois existe uma variedade de alimentos que suprem sua necessidade nutricional.

Vídeo mostra canibalismo em Louva-a-Deus

Cigarras (Hemiptera, Cicadidae)

Cigarra – foto: pixabay

Mito

Acredita-se que as cigarras fazem “xixi” do alto das árvores. E esta “urina”, quando em contato com os olhos, pode provocar cegueira.

Verdade

As cigarras se alimentam da seiva das plantas, necessitando assim de mecanismos para eliminar o excesso de açúcar e água ingerido. Sendo assim, liberam pequenas gotículas de açúcar que não causam danos ao ser humano. Portanto, o “xixi” da cigarra é inofensivo.


Acredita-se que as cigarras “cantam” até “explodir”. Isso pois são vistos nos troncos de árvores “restos” de seu corpo.

As cigarras não cantam, elas possuem um órgão na região do abdômen que funciona como uma caixa acústica. O som produzido é exclusivo do macho e possui função de atrair a fêmea para acasalar. Os “restos” de seu corpo vistos nos troncos é resultado da troca de seu exoesqueleto.

Grilos (Orthoptera)

Grilo (Orthoptera – Gryllidae) – Foto: budak (CC BY-NC-ND 2.0)

Mito

Os grilos “cantam” como os seres humanos.

Verdade

O “cantar”, para nós humanos, envolve a utilização de um aparelho fonador, como as pregas vocais. Diferente disto, grilos e outros insetos produzem sons a partir da fricção de partes do seu corpo, como as suas asas, em um processo chamado de estridulação.

Abelhas (Hymenoptera, Apoidea)

Abelha coletando néctar na flor – Foto: Danny Perez Photography (CC BY-NC-ND 2.0)

Mito

As abelhas coletam o mel das flores.

Verdade

Flores não produzem mel, mas sim néctar. Ele é coletado pelas abelhas que convertem os açúcares complexos em açúcar simples. Após a conversão, as abelhas colocam o néctar modificado dentro das células do favo, em suas colmeias, e começam o processo de retirada da água. O resultado final é o mel como o conhecemos

Vespas, formigas e abelhas (Hymenoptera)

Formiga predadora – Foto: Graham Wise (CC BY-NC-ND 2.0)

Mito

Insetos que possuem ferrão e/ou mandíbula desenvolvida são agressivos.

Verdade

Abelhas, formigas e vespas possuem a fama de serem agressivas, porém, estes insetos não exibem comportamento de agressão sem propósito. Elas reagem a fim de defender seu território e garantir seus recursos para sobrevivência. Desta forma, podem picar os invasores para se protegerem.

© 2020 Universidade Federal de Viçosa - Todos os Direitos Reservados