Insetos e cores: uma combinação que deu certo!
Caixa entomológica e texto: Adelson Araya, Camila Oliveira e Paola Flores com modificações por Marcela Lima.
Editoração: Douglas da Silva Ferreira, Maisa de Carvalho Gonçalves e Marcela Miranda de Lima
De onde vêm as cores nos insetos?
São conceituadas dois tipos de cores:
Estruturais
Pigmentares
Quando a luz sofre alterações ao atingir certas estruturas do revestimento. É uma cor “física” uma vez que há ausência de pigmentos coloridos.
Resultam da presença de moléculas junto à superfície de revestimento do inseto. É uma cor “química” porque é gerada pela presença de pigmentos.
Como as cores são usadas pelos insetos?
A coloração dos insetos é essencial para a manutenção das populações em ambientes naturais. Dentre as principais funções da coloração, estão a evasão à predação (camuflagem, retro-orientação) e a comunicação interespecífica (aposematismo) e intraespecífica, além da predação (nos casos em que os predadores se camuflam para não serem percebidos pelas presas).
Camuflagem
A camuflagem evita a detecção da presa por parte do predador ou do predador por parte da presa pelo fato de o inseto (presa ou predador) ser parecido e confundir-se com o meio em que habita. Veja nas fotos abaixo uma mariposa que se esconde dos predadores ao se parecer com um galho seco e um Louva-a-Deus que fica escondido da sua presa por se parecer com uma flor.
Retro-orientação
Um exemplo são borboletas da família Lycaenidae, onde há listras escuras que simulam nervuras que convergem na direção da porção apical das asas, parecendo que ali está localizada a cabeça do inseto. Algumas espécies possuem inclusive prolongamentos das asas que parecem com antenas.
Aposematismo
O aposematismo resulta de um processo evolutivo em que animais com defesas químicas passaram a ter uma coloração vistosa, ganhando vantagem por alertar seus possíveis predadores sobre sua impalatabilidade. Neste caso, a coloração é contrastante com o ambiente, geralmente nas cores vermelho, amarelo e laranja e serve de aviso aos possíveis predadores.
Mimetismo
Mimetismo é a imitação do padrão de coloração (ou outro sinal de advertência) de um organismo que possui algum tipo de defesa, por outro organismo. Se o organismo mimético também possui algum tipo de defesa natural, isso reforça o aprendizado do predador. Já nos casos em que o organismo mimético não possui algum tipo de defesa natural, este comportamento engana o predador. Nos dois casos, entretanto, o mimético sai ganhando por reduzir a sua chance de ser predado.
Para obter mais informações sobre cores estruturais e pigmentares leia o artigo “A asa da borboleta e a nanotecnologia: cor estrutural“