Insetos e cores: uma combinação que deu certo!

Caixa entomológica e texto: Adelson Araya, Camila Oliveira e Paola Flores com modificações por Marcela Lima.

Editoração: Douglas da Silva FerreiraMaisa de Carvalho Gonçalves e Marcela Miranda de Lima

De onde vêm as cores nos insetos?

São conceituadas dois tipos de cores:

Estruturais

Pigmentares

Asa da borboleta Morpho – Foto: natlas (CC BY-NC-ND 2.0)

Quando a luz sofre alterações ao atingir certas estruturas do revestimento. É uma cor “física” uma vez que há ausência de pigmentos coloridos.

Larva de Chironomidae que apresenta pigmento Hemoglobina – Foto Specious Reasons (CC BY-NC 2.0)

Resultam da presença de moléculas junto à superfície de revestimento do inseto. É uma cor “química” porque é gerada pela presença de pigmentos.


Como as cores são usadas pelos insetos?

A coloração dos insetos é essencial para a manutenção das populações em ambientes naturais. Dentre as principais funções da coloração, estão a evasão à predação (camuflagem, retro-orientação) e a comunicação interespecífica (aposematismo) e intraespecífica, além da predação (nos casos em que os predadores se camuflam para não serem percebidos pelas presas).


Camuflagem

A camuflagem evita a detecção da presa por parte do predador ou do predador por parte da presa pelo fato de o inseto (presa ou predador) ser parecido e confundir-se com o meio em que habita. Veja nas fotos abaixo uma mariposa que se esconde dos predadores ao se parecer com um galho seco e um Louva-a-Deus que fica escondido da sua presa por se parecer com uma flor.

Mariposa camuflada – Foto: Ian Lindsay por Pixabay
Louva-a-Deus orquídea – Foto: Jim Liestman (CC BY-NC-ND 2.0)

Retro-orientação

Um exemplo são borboletas da família Lycaenidae, onde há listras escuras que simulam nervuras que convergem na direção da porção apical das asas, parecendo que ali está localizada a cabeça do inseto. Algumas espécies possuem inclusive prolongamentos das asas que parecem com antenas.

Borboleta da família Lycaenidae – Foto: Andrew Neild (CC BY-NC-ND 2.0)

Aposematismo

O aposematismo resulta de um processo evolutivo em que animais com defesas químicas passaram a ter uma coloração vistosa, ganhando vantagem por alertar seus possíveis predadores sobre sua impalatabilidade. Neste caso, a coloração é contrastante com o ambiente, geralmente nas cores vermelho, amarelo e laranja e serve de aviso aos possíveis predadores.

Percevejo aposemático – Foto: fra298 (CC BY-NC-ND 2.0)

Mimetismo

Mimetismo é a imitação do padrão de coloração (ou outro sinal de advertência) de um organismo que possui algum tipo de defesa, por outro organismo. Se o organismo mimético também possui algum tipo de defesa natural, isso reforça o aprendizado do predador. Já nos casos em que o organismo mimético não possui algum tipo de defesa natural, este comportamento engana o predador. Nos dois casos, entretanto, o mimético sai ganhando por reduzir a sua chance de ser predado.

Lagarta cabeça de cobra – Foto: Green Baron Pro (CC BY-NC-ND 2.0)

Para obter mais informações sobre cores estruturais e pigmentares leia o artigo “A asa da borboleta e a nanotecnologia: cor estrutural

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